06 maio, 2009

Abreviatura.

É assim que eu gosto. Que surja de mansinho, indiferente ao real. Que não tenha as chaves da porta. E que também não precise tocar à campainha. Que entre pela janela virada para o rio, descuidadamente pelo acaso deixada entreaberta, por detrás de um olhar esquivo que se esconde do que não vê. Que não tenha porquês e não saiba o que é um mas. Que seja imprudente e irracional. Um anónimo para o destino. Uma surpresa para a coincidência. Que seja permanente. Inabalável e palpável. Crente. E que tenha o mundo por descobrir.
Era assim que eu gostava.