28 junho, 2009

Febre da Dança

Ao Domingo à noite na RTP1.

Confesso que me é dificil vê-lo sentada no sofá. ^^
Recomendo. =)



24 junho, 2009

De mim.

Se vencida uma batalha, alegorizasses a vitória
Não te magoavas tanto príncipe duvidoso.
Não perderias tu o tempo nem ele a razão
Que te dá um Deus misericordioso
Quando na ausência de presença o desafias glorioso
Em troca do que juras em vão.

Não gastes à toa o que te sobrou dessa festa
Que em ti se viu desfeita sem um assentimento meu
Guarda-as em ti quando é tudo o que te resta
Contador de histórias, leviano proclamador
Dessa honra que é viver debaixo de um céu
De onde chovem palavras ao desbarato
Que por si mesmas deviam reclamar anonimato
Até que ao menos no mundo acabasse a dor.

Usa-as só como tu sabes, mas não te percas tanto nelas.
Fazes quem em ti tanto crê crer
Que assina por baixo na fonte dos embaraços
Quando tudo quanto que lhe alimenta o ser
É o desejo de paz dessa alma amargurada
À deriva rumo aos não requisitados abraços
Que silencias a cada madrugada.

Lembra-me quem és tu, e não porque existem elas.

Puzzle

Imaginei-o ali, imóvel, alheio ao zunido remoto da destruição, a vislumbrar a paisagem enterrada, a procurar-se por entre aquele reboliço barulhento e empoeirado de maquinaria e desconhecidos – a admirar tudo o que já lá não estava.
Como a criança que vê a sua prenda perfeita de novo embrulhada, a ser levada de volta para a loja.
Suposições.

18 junho, 2009

Eu disse que ela voltava.


Não tenho como não fazê-lo.


"Usou-me, sim, Sininho, como eu a usei a ela, como nos usamos todos. A vida consiste nisso mesmo: em que nos usemos, da melhor maneira que pudermos. Usei-te eu como devia? Porque me sobras tanto, ainda?"
Inês Pedrosa

Há momentos em que me apetecia ouvir a campainha tocar, ir abrir a porta e encontrar um sorriso sem segredos, trazendo nas mãos uma caixinha de mini-pastéis de nata salpicados de canela e dois dedos de conversa.

O Chris Daughtry gosta de lhe chamar "Home".
Eu prefiro chamá-la "música da sexta-feira". =)

Não podia ser mais perfeita.

"And the pain you feel's a different kind of pain"

16 junho, 2009

A inexistência de qualquer réstia de vontade para estudar patologia neste momento e, mais especificamente, neste lugar, tem destas coisas. Arranja-se qualquer desculpa para escapar ao amanhã, até mesmo tempo: tempo que não existe.
Ou não será este um remendo mal alinhavado, refugio das outras horas em que se esquece de viver, de deixar que o tempo venha e vá, como quem acaricia ao de leve para não deixar marcas, dando sempre lugar ao tempo filho do mesmo pai que se lhe segue, que nem um fio de seda que ondula sobre o vento, sempre na mesma direcção.

É, emaranha-se nele, esquece-se de deixar que ele passe. E depois quando se lembra larga-lhe as pontas presas, sacudindo-o como um lençol amarrotado, e o tempo solta-se, livre: que nem o pássaro incrédulo que vê miraculosamente aberta a porta da gaiola.


15 junho, 2009

Bingo!


Quando criei este blog foi com o propósito de ter um espaço onde pudesse partilhar um pouco de mim, através das minhas palavras. Mas acho que para partilharmos aquilo que somos, podemos por vezes também utilizar as palavras de outras pessoas. É também para isso que afinal existem os livros, os blogs. Para partilhar com outras pessoas o que já partilhamos com alguém. Uma ideia. Um principio. Várias verdades. Uma forma de crescer.
E a verdade é que ando a ler um livro que me incita constantemente a citá-lo, ou melhor, a citá-la - Inês Pedrosa - pela forma quase descarada com que me lê, quando devia ser eu a lê-la.

Fica aqui portanto um pequeno excerto, da última página lida. (Espero que ela não se importe! Porque provavelmente hão de vir mais.)

"A escritora chorava, com a escova do rímel na mão, e o rímel a enegrecer-lhe as lágrimas.
- Deixa lá. Põe a tua opinião num jornal. No jornal eles são obrigados a ler.
Ela riu-se.
-Estou a chorar porque o Sousa Neto me deixou. Estou a chorar por ele; Treino as lágrimas que ele vai chorar no meu romance, quando quiser voltar para mim e já for tarde demais.

Estás a ver porque é que eu preferi desistir dessa nossa ideia infantil de escrever romances? Já há tantos, hoje - e são tão parecidos com a mentira hiper-realista da realidade. Já há tantos, meu querido - ao menos nunca foste nenhum Sousa para mim."


14 junho, 2009



Tendo em conta que, à pala da multidão que decidiu ir passar o fim-de-semana prolongado ao Algarve, estou a modos que sensivelmente um hora atrasada (e como até não tenho nada para fazer ainda hoje...!), parece-me que pelo menos este video se deve adequar consideravelmente. (E só não grito assim como ele porque possivelmente me expulsariam do autocarro e aí é que não chegaria mesmo a Lisboa hoje).
E aproveitando a desculpa do trânsito, e tendo em conta a falta de tempo ultimamente para as coisas boas da vida, isto até que soa quase como um "afinal ainda existo", independentemente de quem se possa ou não lembrar ainda deste sitio meio abandonado e da inapropriada probabilidade de estar para aqui a monologar insistentemente. Enfim, não há de ser assim tão inútil como parece. Ridiculo mas não inútil. Juro que tenho tido, e até escrito, uma série de ideias para (carinhosamente) espetar aqui, mas amigos, o máximo de tempo que arranjo só dá para as ir anotando no telemóvel ou aqui e ali em lugares menos próprios para tardiamente, em momentos como este, as deixar aqui. Sorte a vossa.