24 junho, 2009

De mim.

Se vencida uma batalha, alegorizasses a vitória
Não te magoavas tanto príncipe duvidoso.
Não perderias tu o tempo nem ele a razão
Que te dá um Deus misericordioso
Quando na ausência de presença o desafias glorioso
Em troca do que juras em vão.

Não gastes à toa o que te sobrou dessa festa
Que em ti se viu desfeita sem um assentimento meu
Guarda-as em ti quando é tudo o que te resta
Contador de histórias, leviano proclamador
Dessa honra que é viver debaixo de um céu
De onde chovem palavras ao desbarato
Que por si mesmas deviam reclamar anonimato
Até que ao menos no mundo acabasse a dor.

Usa-as só como tu sabes, mas não te percas tanto nelas.
Fazes quem em ti tanto crê crer
Que assina por baixo na fonte dos embaraços
Quando tudo quanto que lhe alimenta o ser
É o desejo de paz dessa alma amargurada
À deriva rumo aos não requisitados abraços
Que silencias a cada madrugada.

Lembra-me quem és tu, e não porque existem elas.

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