01 julho, 2010

E eu não quero o mesmo Retrato outra vez.

Só é dono da verdade,
Quem a sabe partilhar.
De que te serve um jardim de raras flores,
Se não as puderes colher (ou será libertar?)
Perdes o tempo que marinas em água doce,
No arrastado receio de o ver desembarcar;
Esqueces que o vento onde quer que sopra
Nunca é para ficar.

A certeza também se cansa,
Ora não fosse de ar o seu alimento;
Mas é por terra que quer dar termo:
Às frases incompletas que só desejam mais tormento,
Aos sonhos perdidos no “e se” do arrependimento,
Às fábulas que nos ditam imploráveis,
O endereço das paixões vulneráveis.

Só não suplico, porque nem pedir sei,
Mas uma coisa te digo,
Mais importante que a verdade, só a sinceridade de a saber viver.
Será, o que tiver que ser.

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