24 fevereiro, 2011

Pensamentos que não levam a lado nenhum.

Quanto ao amor (seja o que for que isso seja) acho que já ninguém duvida tratar-se de um jogo. Resta saber quais as regras que estamos dispostos a ostentar na sua presença. Eu não gosto do dominó. Esse jogo monótono, em que vamos acrescentando sequencialmente partes de nós, escolhas óbvias e necessárias, inevitavelmente uma a seguir à outra, sem nunca sairmos do trilho. Entre esse e o xadrez, venha o diabo e escolha. Sim, o xadrez é estimulante, até vicioso. Mas não é mais do que um jogo calculista, precavido, totalmente controlado, e que acaba sempre com a morte de uma das partes. A única variação possível é que se pelo menos um dos jogadores for sábio, a batalha é curta e a mossa pequena; se nenhum dos dois for suficientemente atento (ou dedicado), levam naquele impasse eterno que desfia o tempo e corrói as peças e o tabuleiro.
Se a batalha é realmente inevitável, assim como a necessidade de fingirmos que temos tempo suficiente para nos desbaratarmos em conflitos e arruaceiros inúteis, ao menos joguemos às damas: de igual para igual, preto no branco, prática, acessivel. Simples. E ao menos sempre vamos comendo alguma coisa pelo caminho.

(Sim, pensamentos que não levam a lado nenhum. Mas isto é um blog. Serve para isso mesmo, não é verdade? )

1 comentário:

GabriellaDreams disse...

Dizem "Que o amor é curto e deixa mossa". Foi do que me lembrei quando comecei a ler.

(Tenho me esquecido a dizer uma coisa muito importante!)Gosto que tenhas regressado ;P