01 outubro, 2008

Da Imperfeição.


Chora. Chora tudo. Não guardes em ti, para ti, nem uma lágrima. Grita. Faz-te ouvir. Fá-los ouvir. Porque ninguém se importa realmente. Porque ninguém chorará contigo, em ti, por ti. Cada um chorará por si. Lamentará por si. Revolta-te. Revolta-te por chorares por eles, para eles, por ti, e sempre só para ti. E chora. Chora por teres que chorar, por ti, por eles. Faz entoar dentro de ti os ultimatos, as razões e as respostas: A culpa. Chora a culpa, que é só tua, por teres de chorar: Fraca. És fraca. Por isso é que choras. Não é por eles, nem por ti é. Esqueceste-te de porque choras. Ninguém irá ouvir. Fraca. Pára de chorar.

1 comentário:

Inês disse...

Adoro este texto, parece que tem vida própria, velocidade, vibração. Parece que pede para ser lido, velozmente.
É um texto que mexe :P Adrenalítico, talvez.

Estou reparada que as teclas do computador gostam de ti. Continuo a dizer que podias ter tentado alguma coisa para aquele concurso dos livros.

Mas isso já são outras estórias.


Beijinho! *