Percorro-te.
Do teu
peito, atravesso a distância que fica dos dias cinzentos,
Enquanto
lavro o peso amargo dos pensamentos, já livres de tempo,
Que sopro e
embalo para adormecer,
Pousando-os
esquecidos no horizonte dos teus ombros,
De onde a
dor imaginada, submissa, calada,
Regressa
doce e desnecessária,
E se desfaz
devagar entre os meus dedos peregrinos, cansados,
Loucos
perdidos que no teu corpo,
São sede que
procura e se adivinha entre os sonhos desenhados,
Escritos na
meia lua que carregas nos braços,
Onde te
escondes e esperas.
E eu
sinto-te.
Do teu
pescoço reergo-me num forte,
De onde
posso também eu ser mar,
E nessa
ousadia que me acalma,
Porque sou
livre, deixo-me ficar.
Troco o
silêncio do mundo pelo teu compasso,
Próximo, tão
próximo,
Que
determinado entra pelo meu peito resgatado,
E faz morada
no calor do meu sangue, prece,
Que se
aquece no encontro com a tua pele,
Onde é
sempre primavera,
Onde nada se
perde,
E onde eu
moro. E me demoro.
Como quem
pertence, porque se sente,
Enfim, em
casa.
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