Trazes nas mãos a
pergunta que anseio responder.
Cheiras à doçura dos
acasos destinados, salgados, que em cada maré de lua, nua, na tua pele se
reinventa, cada poro, cada chama violenta, que pulsa entre os pensamentos
magoados, alimentados nos trilhos ensanguentados, em que sozinho, te julgas ter
transformado.
Sai, expande, revolve e
flui. Dança comigo no silêncio, à média luz da tua, da nossa voz, tão em nós, onde
em desatino nos desafiamos e desvendamos, à procura da certeza entre o perigo, num
instinto desferido, que se incendeia nessa explosão clandestina, que não quero
abraçar sozinha, e que culmina, com a tua, com a minha liberdade.
Minha viagem. Porque és
espaço, és claridade, nesse enlaço que nos envolve, és criação, revolução, és o
avesso de um retrato amedrontado, à beira do medo estagnado, que nas tréguas se
achou deslumbrado, pelos olhos de quem ainda ousa ver, saber. Sentir.
Meu menino perdido, que
se julga esquecido de como voar: sê criança, sê esperança e deixa aberto ao
vento o livro, que naquele dia escolheste começar. Reinventa-te, em mim.
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