09 setembro, 2017

Ensaio.

Trazes nas mãos a pergunta que anseio responder.
Cheiras à doçura dos acasos destinados, salgados, que em cada maré de lua, nua, na tua pele se reinventa, cada poro, cada chama violenta, que pulsa entre os pensamentos magoados, alimentados nos trilhos ensanguentados, em que sozinho, te julgas ter transformado.
Sai, expande, revolve e flui. Dança comigo no silêncio, à média luz da tua, da nossa voz, tão em nós, onde em desatino nos desafiamos e desvendamos, à procura da certeza entre o perigo, num instinto desferido, que se incendeia nessa explosão clandestina, que não quero abraçar sozinha, e que culmina, com a tua, com a minha liberdade.
Minha viagem. Porque és espaço, és claridade, nesse enlaço que nos envolve, és criação, revolução, és o avesso de um retrato amedrontado, à beira do medo estagnado, que nas tréguas se achou deslumbrado, pelos olhos de quem ainda ousa ver, saber. Sentir.
Meu menino perdido, que se julga esquecido de como voar: sê criança, sê esperança e deixa aberto ao vento o livro, que naquele dia escolheste começar. Reinventa-te, em mim.



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